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Como fazer cliffhangers - dicas para autores


Olá, escritor! Seja bem-vindo ao blog da Rocket Editorial. Você certamente sabe o que é um cliffhanger, mas provavelmente já percebeu, durante a escrita, que usar esse recurso narrativo nem sempre é fácil, né? Pois vamos à algumas dicas que vão te ajudar.


O que o cliffhanger não é:


Leigos fazem pesquisas superficiais e acabam simplificando o cliffhanger, definindo-o como “uma forma de terminar o capítulo para que o leitor queira continuar lendo”. Socorro! Isso é o básico, é o mínimo que o escritor deve fazer. Colocar uma informação surpreendente ou a indicação de que algo empolgante está prestes a acontecer é um gancho. O cliffhanger é muito mais intenso do que isso.


O que o cliffhanger é:


Uma cena na qual algo muito importante, com o qual o leitor se importa muito (o protagonista, quase sempre) está correndo perigo real e imediato. Cliff = penhasco, hanger = pessoa pendurada. O leitor, nesse momento, deve estar pensando “ai, ele(a) vai morreeeeer!” O cliffhanger é uma grande, grande ameaça. Você interrompe a narrativa, deixando a cena sem terminar, até retomá-la no futuro (vamos conversar sobre isso), com o propósito de deixar o seu leitor extremamente angustiado.


Dica 1: Não continue a cena logo a seguir. Esse é um erro comum, que estraga todo o propósito do cliffhanger. O cliffhanger não funciona se ele continua logo após o leitor virar a página. Depois do cliffhanger, vem uma ou mais cenas sobre outro lugar/personagem/momento, deixando o leitor doidinho para voltar à cena de perigo.




Dica 2: A cena logo após o cliffhanger precisa ser imersiva. Terminando de ler a cena do cliffhanger, seu leitor está ansioso e tenso, se você fez o seu trabalho corretamente. Não quebre esse clima com uma cena lenta e reflexiva. Já comece a próxima cena com ação, diálogo ou algo de fato acontecendo, que envolva o leitor logo no primeiro parágrafo. Os gringos chamam essas cenas de “sinkers”, porque jogamos o leitor direto nelas.


Dica 3: Não resolva o cliffhanger quando voltarmos a ele. Quando você retomar a cena onde o seu personagem estava enfrentando um grande perigo, não resolva o problema, pois seu leitor se sente enganado e a narrativa perde a força. Torne as coisas ainda piores para o personagem.


Dica 4: Lembre-se que o cliffhanger só dá certo quando você construiu bem aquele personagem ou demonstrou a importância daquela coisa ou pessoa que está correndo perigo. Precisamos nos importar, como leitores, com aquilo. Caso contrário, a cena não tem tensão alguma e seu cliffhanger deu errado.


Dica 5: Na vontade de “chocar” o leitor, muito autores iniciantes gostam de quebrar uma cena após uma revelação, e continuá-la logo em seguida. Além de não fazer sentido, passa a impressão de que você está se esforçando demais. Em vez disso, estique a surpresa, leve a cena até o final. Deixe os reais cliffhangers para momentos importantes na história, e lembre-se: esse é um recurso que só funciona quando feito de forma esporádica. Se você colocar muitos cliffhangers, eles perdem o efeito. E você parece desesperado.


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